18 novembro, 2011

9 meses na Irlanda

Nove meses se passaram de Soft na Irlanda...



Nesses 9 meses quantas pessoas conheci, muitos brasileiros, coreanos, mexicanos, poloneses, italianos... diversidade cultural em Dublin. Nesse meio tempo fiz amigos, parcerias de festas, conheci muitos colegas de aula, bons contatos de trabalho, grande simpatia com flatmates. Vivenciei grandes relacionamentos com pessoas do meu convívio, infelizmente algumas pessoas não quiseram mais seguir ao meu lado (não digo literal, mas emocional), e também infelizmente eu não quis seguir ao lado de outras. 

Vivi momentos desde alegria a tristeza, aquela tristezinha boba de se sentir sozinho por um período. Foi bem em um momento em que alguns amigos solteiros meus me abandonaram e me deparei com apenas meus amigos casais. Me deu uma deprezinha, de comer o pote inteiro de sorvete e só ver filmes românticos. Mas o meu "momento fossa" foi divertido (agora que eu rio) . Fazia muitos anos que não vivenciava isso. E tive muitos momentos felizes, como quando revi depois de 6 meses minha mãe.

Sempre tive aqui em Dublin pessoas com quem eu pude contar muito quando precisei, seja dinheiro ou apoio emocional. E também tive grande assistência da minha agência de intercâmbio, Conexão Irlanda, láááá no Brasil, que me ajudou muito quando precisei na chegada. 

Aqui na irlanda reaprendi a dividir espaço, quarto, geladeira, comida, bebida... aprendi a tolera as pessoas, a tolerar as coisas que fazemos. Me deparei com o que eu sempre digo, que cada um tem uma identidade diferente, personalidades que nem sempre os outros entendem, e nem sempre são fáceis de ser entendidas. Aprendi que trabalho de faxineira é muito legal embora cansativo. Aqui na Irlanda os clientes valorizam nosso trabalho (pelo menos minha experiência foi essa). Aprendi a dormir de edredom sem sobre-lençol, a botar para aquecer a água antes do banho, a tomar cerveja em temperatura ambiente num copo de 500ml, a fazer compras e pagar tudo à vista...

Conheci lugares incríveis com uma energia envolvente, desde pubs ou boates com seu melhor estilo undergound até os de alta classe (tem um com uma árvore dentro, muito legal). Paisagens lindíssimas como a vista dos penhascos mais famosos do mundo, Cliffs of Moher. Frequentei parques para ler meus livros e fazer pincnics com amigos. Li o romance de Oscar Wilde, tentei ler Ulisses, de James Joyce e ainda lerei os poemas de Yeats. Fui em cafés, conheci diversas casas de irlandeses, conheci como é o ambiente de trabalho aqui, tive aulas de direito da Irlanda, economia e contabilidade e assim conheci a linguagem de business em inglês. Conheci outros países que sempre quis, outras culturas, outras comidas, outras bebidas, outras pessoas.

E o principal, aprendi que devemos confiar desconfiando das pessoas. A melhor coisa é ajudar o próximo, desde que tudo esteja dentro do teu controle, pois se qualquer atraso dos teus planos acontecer, a pressão pode ser tão grande que podemos adoecer. 

Percebi como eu sinto saudades da minha família, de amigos, da minha rotina. Não tenho ansiedade para voltar pois sei que todos estão bem e que tenho muito a viver por mim, sozinha, tendo as minhas experiências que ficarão guardadas na minha vida inteira. Também aprendi que sei lidar muito bem com essas saudades, todos estão no meu coração, mas amizades boas duram o tempo que for, e quando e voltar, tudo será incrível com meus amigos, como antes. Aqui tenho muito o que aprender com novas amizades, e como um dia Charles Chaplin disse, "Cada pessoa que passa em nossas vidas passa sozinha, e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós". Saudades de amigos e familiares a gente sente, mas isso não rege nossa vida a ponto de vivermos na nostalgia e abdicar da vida social.

Mas tudo isso que escrevi, escrevi no passado pois eu já vivi, e sei que muito ainda se repetirá nesses meus próximos meses: conhecerei mais pessoas incríveis (e outras nem tanto), terei novos flatmates para conviver, terei outro trabalho, viajarei a outros lugares, frequentarei outros cafés, pubs ou parques. Tudo isso ficará na minha memoria de um tempo que aprendi que temos que vivenciar cada dia e não nos preocuparmos com o amanhã. Minha deixa fica na frase mais famosa do poema preferido de um amigo meu que me fez abrir os olhos e viver com mais empolgação cada dia: Carpe Diem, de Horácio. No bom português: Aproveite o dia. E segundo interpretação do poema, aproveite o dia como se não houvesse amanhã, viva intensamente o que o presente te proporciona ;)

Carpe diem

2 comentários:

  1. Parabens querida, eu estou a pouco mais de um ano na Irlanda e vivi muitas coisas tambem, e me vi em muitas palavras do post. Parabens novamente, acho que voce descreveu muito bem o que e viver na terra da esmeralda.

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