20 dezembro, 2015

Moscow

Moscou. Moscou! Cidade elegante, transpirando história. Me senti como numa maquete, caminhando entre os gigantes e antigos prédios, como se estivesse em um filme antigo do período da união soviética. Cheguei quando o sol estava se pondo e vi a cidade iniciando a jornada noturna: suas luzes acendendo aos poucos, prédios com cores, trabalhadores voltando para suas famílias, alguns chegando nos bares para uma cerveja, ou talvez uma vodka com amigos.



A cidade é mágica, disso tenho certeza. Depois de cerca de 14 dias viajando em lugares calmos, com amigos e pessoas que conheci com uma personalidade mais pacífica, me deparei com a agitação noturna de Moscou desde a chegada no hostel. A primeira coisa que me foi dita quando cheguei foi "tire o sapato, por favor". Opa, já senti um pouco do choque cultural. O hostel é pequeno, mas aconchegante. Me senti como num apartamento de amigos que recebem viajantes conhecidos. O nome é Vagabond Hostel, e super hiper recomendo. A vibe é demais. Os funcionários são super gente boa, o que facilita na interação entre os hóspedes. Era noite, fazia 1h que eu havia chegado, todos na área de lazer (que na verdade nada mias é que ma sala e cozinha conjugado), o pessoal me deu oi. Algumas horas depois estávamos indo para um bar beber e curtir a noite russa. Muitas histórias engraçadas sobre a primeiras impressões, algumas guardo para contar pessoalmente.




A noite a cidade é sofisticada, de dia ela é charmosa. Logo nas minhas primeiras horas passei pelos pontos famosos como o Teatro Bolshoi e Praça Vermelha, o hostel é bem pertinho dessa região. Não cheguei a pegar metro para visitar outros pontos, pois infelizmente tive um imprevisto e passei praticamente todo meu último dia resolvendo. E também passei cerca de 3 horas indo de lugar para outro em busca de loja de câmbio para trocar meus reais. Nisso visitei algumas estações de metro que são praticamente museus com meu 'amigo' espanhol de 80 anos que me ajudou a achar essa estação. Senhor gentil, conversamos sobre a vida e as escolhas que fazemos. Sobre cultura e viagens. Foi ele que me fez sentir pela primeira vez um arrepio sobre a generosidade humana, e que isso é possível. Ele me ajudou muito pois em russo pedia informações em vários locais até, horas depois, acharmos a tal loja de câmbio. Ele me disse que a forma de agradecê-lo seria ajudar outra pessoa, como ele fez. Foi emocionante, embora assim em texto, não pareça.


Um mercado aberto 24h aparentemente num antigo teatro... ou casa de rico :)


As pessoas tocam no focinho do cachorro para receber sorte. Eu, obviamente, fiz isso.
Acho que deu certo.

Turistas com um guia que apresenta as galerias de algumas estações de metro.

A estação de metro mais elegante do mundo :)

E as escadas rolantes mais longas que já vi. 
A praça vermelha estava fechada para ensaios pois alguns dias após teria uma celebração de algum feriado que não lembro, 4 ou 5 de setembro. Mas mesmo assim curti. E a catedral de São Basílio foi a visita mais esperada, mais feliz, mais alegre. Eu parecia uma criança olhando deslumbrada. Isso não acontecia desde a vez que estive em Paris e vi a torre Eiffel pela primeira vez. A igreja dos marshmallows. Nunca estive tão feliz num passeio turístico como nesse momento. E dentro la é show. Colorida também, com pinturas até no teto. Tenho muito mais para contar, mas poucas fotos para mostrar. Quem sabe numa próxima visita escrevo mais :)



Museu













18 dezembro, 2015

aquele sentimento de reafirmação das nossas escolhas

Algumas vezes no ano tenho algumas daquelas "crises existenciais" em que nos deparamos com nosso presente estado de espirito e realizações e então nos fazemos questionamentos sobre o que poderíamos ter realizado ao invés. Questionamentos superficiais sobre uma estabilidade na vida que não queremos, mas como a sociedade impõe de forma tão veemente, acabamos questionando a presença desse desejo nas nossas vidas. 


Me sinto uma pessoa realizada. Penso no futuro, claro, pois sou uma pessoa ansiosa e isso rege minha vida de forma que preciso controlar. Mas penso no futuro com moderação, sem frustrações caso algum plano dê errado. E muitos dão. Sou uma pessoa realizada não por ter estabilidade financeira, relacionamento sério, conquista de um emprego transformador e aquisições materiais. Não tenho nada disso. Sou uma pessoa realizada porque sou feliz com minhas conquistas - e nenhuma é material. Sou uma viajante, sou do mundo, e assim que eu gosto de viver.

Mas claro que uma ou duas vezes no ano eu paro para refletir - normalmente ocasionado por uma forte onda de estresse acumulado, onde eu reprimo todos os meus sentimentos como uma legitima virginiana que sou (organizando o ambiente onde vivo de forma que não vejamos a sujeira e bagunça, mas ela está lá, escondidinha). Dessa vez a minha reflexão se deve ao fato de eu ter 30 anos e nem um sinal de vida "estável". O contraste é que sou feliz com minhas escolhas, sou grata por ter  coragem e ânimo de correr atrás do que quero. 

Mas não, não se enganem com o título "crise existencial". Não estou tentando mudar, fugir, reagir. Não estou sofrendo, infeliz, com medo. Estou apenas num processo de reafirmação das minhas escolhas. Acredito que periodicamente nos deparamos com situações em que temos que reafirmar nossas escolhas por diversas razões: críticas de amigos e familiares por não termos o emprego e vida dos sonhos (deles), tentativa de nos espelharmos nos nosso amigos de infância e faculdade e vermos que eles tem tudo da vida (que não temos e talvez não queremos), comparação da nossa conta bancária com a dos nossos próximos e perceber que não temos muita independência assim pois a cada dois anos de trabalho e economizando rende não mais 2 meses de viagem.

Os anos passam, e passam rápido. As vezes me sinto como uma moça de 20 e poucos anos recém formada em busca de estágios e experiência, recém aprendendo o que a vida reserva pala frente. A diferença é que já sei muito da vida. 30 anos de idade e 5 anos de estrada  (leia-se viagem pelo mundo "europeu ocidental") me deu uma bagagem imensa em termos de expectativas, coragem e relações interpessoais. E principalmente, eu sei me virar sozinha, como uma adulta normal de 30 anos. Não tenho medo de não solucionar problemas, apenas não penso neles como algo extremamente negativo. Penso nos problemas como aprendizagem, e olha que tenho grande experiência isso. Portanto, refletir ´bom, Melhor ainda é reafirmar a pessoa que tu é e as escolhas que tu fez! :)

14 dezembro, 2015

To all my friends!

I wrote this text in order to send to a travel website which accepts collaborations. However, I don't think it's good enough, so I decided publishing on my blog :) Hope my friends from Brazil enjoy the challenge of reading in English, and my friends around the world enjoy getting to know me a bit better through my thoughts posted in this text.

PORTUGUESE
Escrevi esse texto pois pretendia enviar como colaboração para um site de viagens, mas desisti por não achar que está bom o suficiente. Como estou com preguiça de traduzir, resolvi postar aqui. Espero que meus amigos tenham uma boa leitura. 


For some unknown reason in my life I’ve never stayed in touch with my old friends on a daily basis. When I was teenager I moved to a new city with my family for the first time – it was when I felt like I was born to travel. Although the homesickness and the fear of leaving everything behind were there, the feeling of discovering a new world with different people to share ideas and different places to get to know was stronger. Now I know I am the kind of person who is fascinated with changes and all challenges that come in the “combo package” of travelling. The feeling of conquering a new space in a new workplace and new friends has always been a motivation for me to move on happily with my changes. After all, our planet moves constantly, so why not feeling grateful and excited considering that our world changes every day, every moment?

I’ve lived in five different cities so far - in three different countries for different purposes. In all these experiences I made new friends. I did not always succeed when it comes to make friendship last though. However, I have always tried to keep in touch with my special friends in many ways, for example: sending text messages once in a while, emailing with a long and non-exhaustive text (sometimes exhaustive, I confess) about my current life, commenting on photos from our past shared on social network – thank you technology for helping us keep in touch.

Knowing different people in my trips is the best part of travelling, but there are not only happy moments. Sometimes it hurts. Saying goodbye to a friend is not worse than spending the last days doing the “last things” together when one is leaving the country. The thoughts that you will no longer live your daily life with this person are present and constant every day. I have done that so many times that I lost count. I was that person two times, saying good bye to my favorite spots in town and to my friends I had to leave behind. It’s scary I would say. But I learned that no matter the distance is, good friends are always going to be in our hearts.

11 dezembro, 2015

visto turista na Russia

Hoje lembrei que não tenho escrito textos com informações práticas sobre estadia e burocracia na Russia. Caso alguém esteja interessado em morar um tempo na Russia e encontre esse texto online, espero poder ajudar.



Burocracia - preparação para o visto, se precisar

Existem vários blogues/websites que auxiliam na aplicação do visto para a Russia; explicam como proceder; dão dicas de prazos e informações. Um dos muitos sites que encontrei foi esse aqui: Way to Russiaem inglês. No entanto, durante minha preparação para a viagem no inicio do ano, eu não encontrei muitos relatos sobre a situação dos brasileiros turistas. Alguns meses atrás publiquei um texto com dicas/passos para brasileiro retirar o visto, onde explico com detalhes a minha experiencia e enfatizo a importância de planejar com muita antecedência, uma vez que o processo na Russia demora cerca de um mês + postagem para o Brasil + aplicação do visto aqui. Deixa contar um exemplo: Minha colega de trabalho que chegou duas semanas atrás. Ela é de Taiwan. A carta convite da escola foi enviada em junho, mas foi redigida com um erro no nome, portanto, a instituição teve que enviar novamente. Todo o processo de redigir a carta, levar na imigração para oficializar e enviar para Taiwan levou mais um mês, aproximadamente, julho ou agosto. Novamente com um erro.... Ela deveria ter chego em Volgodonsk em Setembro, mas como tiveram que enviar uma terceira carta convite, ela só chegou final de novembro. O problema é que ela precisa do visto para entrar na Russia. já brasileiro não, apenas se quiser oficializar que vens a trabalho.

Entrada / Saída de Brasileiro/a na Russia 

A Russia tem um acordo com o Brasil o qual autoriza a entrada e permanecia de brasileiro por té 3 meses como turista. Independente de onde tu vens (direto do Brasil ou de outros países, caso esteja morando no exterior ou fazendo mochilão). O procedimento é simples: Na imigração no aeroporto tu deves preencher um documento com algumas informações pessoais, data de saída (no máximo até 90 dias) e tcharam! Carimbo de entrada! Só. Não me pediram documento que comprova estadia em algum hotel ou casa de amigo, nem pediram meu exame de sangue (segundo o site do consulado, isso é requerimento). Foi até mesmo simples. Mas recomendo que tenham esses documentos em mãos caso peçam. Em até 7 dias a pessoa responsável por ti (caso venha para trabalho/voluntariado/visitante) deve registrar teu passaporte na imigração. Ou se tu for parar em algum hotel/hostel, eles mesmo fazem (mas alguns cobram uma taxa).

Já a saída deve ser antes de expirar os 90 dias. No aeroporto me fizeram algumas perguntas como: "Porque tu esteve na Russia?", "O que fazia em Volgodonsk?", "Por que está indo para a Turquia?". Minhas  respostas foram simples: "Eu gosto da Rússia", "Eu fiz trabalho voluntário ensinando inglês em cidade pequena", "Eu gosto de viajar, é isso que faço". Um deles ainda me disse "Ah, como hobby?" E eu disse "isso!". Foi engraçado pois embora a cara fechada deles, eu sei q eles são gente boa e estavam sendo curiosos, basicamente.

Segunda entrada depois dos 90 dias

Bueno, a segunda entrada é simples também, mas oficialmente deve ser feita após 3 meses da data de saída do país. E não esqueça de registrar teu passaporte mais uma vez. Em teoria isso deve ser feito em cada cidade que tu visitas, para controle, mas quando eu viajo dentro da Russia, eu não registro.