18 dezembro, 2015

aquele sentimento de reafirmação das nossas escolhas

Algumas vezes no ano tenho algumas daquelas "crises existenciais" em que nos deparamos com nosso presente estado de espirito e realizações e então nos fazemos questionamentos sobre o que poderíamos ter realizado ao invés. Questionamentos superficiais sobre uma estabilidade na vida que não queremos, mas como a sociedade impõe de forma tão veemente, acabamos questionando a presença desse desejo nas nossas vidas. 


Me sinto uma pessoa realizada. Penso no futuro, claro, pois sou uma pessoa ansiosa e isso rege minha vida de forma que preciso controlar. Mas penso no futuro com moderação, sem frustrações caso algum plano dê errado. E muitos dão. Sou uma pessoa realizada não por ter estabilidade financeira, relacionamento sério, conquista de um emprego transformador e aquisições materiais. Não tenho nada disso. Sou uma pessoa realizada porque sou feliz com minhas conquistas - e nenhuma é material. Sou uma viajante, sou do mundo, e assim que eu gosto de viver.

Mas claro que uma ou duas vezes no ano eu paro para refletir - normalmente ocasionado por uma forte onda de estresse acumulado, onde eu reprimo todos os meus sentimentos como uma legitima virginiana que sou (organizando o ambiente onde vivo de forma que não vejamos a sujeira e bagunça, mas ela está lá, escondidinha). Dessa vez a minha reflexão se deve ao fato de eu ter 30 anos e nem um sinal de vida "estável". O contraste é que sou feliz com minhas escolhas, sou grata por ter  coragem e ânimo de correr atrás do que quero. 

Mas não, não se enganem com o título "crise existencial". Não estou tentando mudar, fugir, reagir. Não estou sofrendo, infeliz, com medo. Estou apenas num processo de reafirmação das minhas escolhas. Acredito que periodicamente nos deparamos com situações em que temos que reafirmar nossas escolhas por diversas razões: críticas de amigos e familiares por não termos o emprego e vida dos sonhos (deles), tentativa de nos espelharmos nos nosso amigos de infância e faculdade e vermos que eles tem tudo da vida (que não temos e talvez não queremos), comparação da nossa conta bancária com a dos nossos próximos e perceber que não temos muita independência assim pois a cada dois anos de trabalho e economizando rende não mais 2 meses de viagem.

Os anos passam, e passam rápido. As vezes me sinto como uma moça de 20 e poucos anos recém formada em busca de estágios e experiência, recém aprendendo o que a vida reserva pala frente. A diferença é que já sei muito da vida. 30 anos de idade e 5 anos de estrada  (leia-se viagem pelo mundo "europeu ocidental") me deu uma bagagem imensa em termos de expectativas, coragem e relações interpessoais. E principalmente, eu sei me virar sozinha, como uma adulta normal de 30 anos. Não tenho medo de não solucionar problemas, apenas não penso neles como algo extremamente negativo. Penso nos problemas como aprendizagem, e olha que tenho grande experiência isso. Portanto, refletir ´bom, Melhor ainda é reafirmar a pessoa que tu é e as escolhas que tu fez! :)

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