08 fevereiro, 2016

Varsóvia, capital da Polônia

Ahh a Polônia. Sempre tive vontade de conhecer as cidades polonesas e sua cultura. Visitei Varsóvia por apenas um dia, por cera de 10h. Isso porque meu ônibus de Berlin para Varsóvia quebrou, então tive que passar a noite na estação e esperar até a noite do dia seguinte para pegar o próximo (na real é porque como eu não tinha um chip de celular eles não puderam me ligar avisando que outro ônibus chegaria de madrugada). Aff essa Alemanha, nã nã. Ao invés de colocarem um aviso na rodoviária. Opa, mas era tudo m alemão. Enfim, meus planos foram adiados, mas aproveitei um pouquinho dessa cidade maravilhosa.


Cheguei na estação rodoviária - a qual é maravilhosa comparada com a de Berlin - e lá estava eu a procura do ponto de ônibus para o centro, com minha mochilinha, mala azul com 20Kg e meu casaco de lã pendurado enquanto eu usada vestido e chinelo pois era verão. É bem fácil de pegar ônibus, eu tinha as dicas todas anotadas, mas perdi o mapa, então sorry, sem dicas aqui. Mas isso tu acha em qualquer site dos hotéis ou hostels que tu reservar. Desci a cerca de 200 metros do meu hostel, o que foi um paraíso comparado com Moscou, pois lá eu tive que subir e descer escadas do metro com minha mala até chegar no hostel. O hostel que me hospedei foi o Hostel Rivieira. Para ser sincera, não curti muito não, mas em função das minhas necessidades. Como eu cheguei de manhã e perdi minha estadia da noite anterior, eu apenas fui para o quarto tomar banho e descansar por umas 2 ou 3 horas depois de 8h em um ônibus. Não gostei porque não tem área em comum para descansar. Era só o que eu precisava antes do meu próximo ônibus naquela noite para a Lituânia. Mas não! Nada de sofazinho ou área de lazer. Tinha uma mesa perto da recepção e 3 cadeias. Três! Todas já ocupadas e pessoas sentadas no chão com seus leptops e mapas. E eu arrumando minha mochila e bolsa assim, com mus pertences no chão, espalhados. Bom, se estiverem procurando um hostel, não recomendo esse por essa razão apenas. 

Meu roteiro das próximas 9h foi o seguinte:
Caminhada até o centro de informações onde fica aos arredores da estação central de trem. O prédio é magnifico, é um centro cultural também. De lá peguei meu mapinha e outros folhetos e parti a caminhar na volta daquela área. É uma região moderna, com muitos prédios novos, uma região comercial e bem ocidental. Não tem muito para ver, mas gostei, me senti bem lá.



Após fui ao museu da história dos judeus poloneses - POLIN. Esse artigo aqui mostra muitas coisas que vi a aprendi lá, dá uma olhada. O melhor museu que já visitei em todas as minhas viagens. A experiência foi incrível. O museu é super interativo, dinâmico e muito moderno. Aprendi muito lá, mais do qualquer aula de história. Fiquei apenas 4h porque estava com fome, pois poderia ter ficado muito mias tempo. Aprendi sobre o período nazista e união soviética e como isso afetou os poloneses através da perspectiva dos próprio país. Foi muito intenso. Esse é um exemplo das muitas razões que viajar e a melhor coisa que existe para conhecer a cultura de um país.













Depois de comer qualquer coisa no Starbucks para usar a wifi, fui até a parte antiga da cidade e lá me maravilhei. Tão bonitinha, prédios antigos, alguns coloridos, ruelas, lojinhas de arte folk, comidas típicas e muuuuitos turistas. Passei em volta do Castelo Real de Varsóvia. Infelizmente um dia não é suficiente de forma alguma. Não consegui sentir a cultura, foi tudo muito rápido, me senti apenas como uma mera observadora em um aquário, sem muita interação, pois eu tinha um itinerário e precisava cumprir. Definitivamente preciso voltar!














03 fevereiro, 2016

Fotos do inverno na Rússia

Em Volgodonsk, no sul da Rússia, o inverno não é tão rigoroso como no norte. O mês de pico do inverno tem temperaturas cerca de -25º a -30º. Eu senti -23º o que não durou mais que uma semana. Esse inverno foi atípico, com temperaturas oscilando entre 3º a -15º. Enquanto eu estive lá, até dia 31 de janeiro, nevou por cerca de três semanas, entre dezembro e janeiro. Tirei várias fotos, a qualidade não é boa, mas acho que dá para sentir um pouquinho do frio do inverno russo, e do calor do sol nesse período atípico. 


































o que aprendi na Rússia

Então 5 meses se passaram, é hora de ir embora. Foi um período de aventura, desafio e descobertas. E no finalzinho novos desafios como o de redescobrir meu lugar de volta no Brasil, em busca de um novo emprego, novos estudos, nova vida.  Fiz uma listinha de algumas lições que aprendi com o tempo, os estereótipos que desconstruí sobre a Rússia, e as saudades que terei ao deixar esse país e as pessoas que conheci.


1. Aprendi que embora os russos sejam carrancudos, eles sorriem para estrangeiros. Isso parece ser generalização, mas ao conversar com várias pessoas ao longo dos meses, descobri que eles são mais sorridentes pelo fato de eu ser estrangeira mesmo. Mas mesmo assim, não tira o fato de serem simpáticos, nunca me queixei de nenhum serviço prestado ou por comportamento. A não ser por um vizinho louco que achou que estávamos fazendo barulho as 9 da noite e veio reclamar. Não éramos nós mas o idiota insistiu e ficou reclamando, alto, mandando a gente "ir dormir". Bom... há alguns casos, mas como em qualquer outro país, claro.

2. Vi que tem muito russo atraente sim, ao contrário do que eu disse no meu primeiro mês, e muitos deles são os homens mais corteses que já conheci na vida. Seguram o casaco ao tirar e colocar, abrem e seguram as portas dos restaurantes, pagam a conta (embora eu só deixe quando é um encontro, e mesmo assim nem sempre). História é o que não falta para contar. Algumas semanas atrás um carinha me disse "oi" na rua, e começou a caminhar comigo me dizendo algo em russo. Eu, simpática, disse que não entendo e ele me pediu o meu numero de telefone e disse que pediria ajuda a um amigo tradutor. No fim saímos para jantar com esse amigo traduzindo nossas conversas. Foi muito engraçado.

3. Já me acostumei tanto com a cidade, com as pessoas falando russo na rua, me olhando estranho como uma ET quando falo inglês que nem me importo mais. Adoro caminhar na rua e perceber que eu estou praticamente em silêncio pois não entendo o que eles dizem, Eu gosto da sensação de não ter aquela poluição sonora sabe, quando tu está no ônibus ou numa fila e tu escuta a conversa dos outros de maneira forçada. Aqui isso não acontece comigo, então me sinto numa paz. E a melhor parte de caminhar nas ruas é quando vejo conhecidos, adoro. Já me sinto uma cidadã.


4. Os falantes de inglês ficam super animados quando têm a chance de conversar comigo ou com minha colega de Taiwan, Me sinto feliz por ter a chance de proporcionar essa oportunidade. Muitos nunca viajarão e essa poderá ser a única chance em anos de falar com estrangeiros. Apenas no meu último mês aqui que descobri um clube de inglês onde alguns cidadãos amantes da língua se reúnem todos os domingos para conversar em inglês. Foi muito bom fazer parte desse clubinho, mesmo que por algumas semanas.


5. Depois de 5 meses, tenho aqueles alunos que amo e aqueles que não me agradam muito. Sentirei tanta falta de alguns que não somente se dedicam, mas não tem medo de falar, se comunicam, tem boas ideias. A pior parte de ficar pouco tempo em uma cidade é deixar as pessoas para trás. Pessoas que mudam tua vida, que mudam a perspectiva de ver o ensino de línguas ou mesmo que proporcionam, mesmo sem querer, novos insights sobre a vida profissional. Sentirei saudades dos meus queridos bebês adolescentes e dos meus pequenos "projetos" que deram certo.


6. Aqui nevou por cerca de duas semanas e chegou a fazer -23°C. Sobrevivi tranquila e foi muito divertido. Ver a neve pela primeira vez foi um grande acontecimento pra mim e aprendi que não é tão ruim assim. Sentirei falta das facilidades de um país europeu, como calefação em todas as casas e água quente em todas as torneiras. Tem aquecimento até no ônibus.


7. Um desafio grande foi saber em quem confiar. Eu sempre fui uma pessoa que confia demais. Não é falta de experiência ou por eu ser muito nova, pelo contrário é minha personalidade. Não sei se tenho muito a aprender não hein, pois não acho que o famoso "te liga Sofia" é um conselho admirável. Odeio essa frase estúpida. Claro que sempre aprendo com meus erros, mas... confiar em 'autoridades' locais sobre assuntos de interesse em comum não é coisa de pessoa desligada, é? Talvez ingênua, mas mesmo assim. 

8. As festas. Não tem nada de muito especial em Volgodonsk por ser cidade pequena. mas uma lição que aprendi recentemente é: Russo sabe se divertir. - e nem sempre a base de vodka. Eu sempre soube que sou meio travada pra dança e se liberar, mas quando resolvi dançar ao som de The Beatles em um bar onde muitos casais jovens estavam dançando... descobri um novo prazer na vida - liberar geral sem se preocupar com o que os outros pensam do jeito que tu dança. E esse sentimento é bom. 


9. A famosa "sauna russa" - que é parecida com a finlandesa ou turca - a banya é muito frequentada pelos russos, principalmente no inverno. Eles vão tanto em saunas públicas quanto particulares, onde se pode alugar um flat com sauna e passar quantas horas quiser. Eu fui com amigos em um flat com sauna e piscina e passamos 2 horas lá. Ficávamos um tempo na sauna e quando aquecia muito, caíamos na piscina gelada! Apenas para refrescar. Durante esse tempo lanchamos, tomamos uma cervejinha e tocamos uma viola. Foi uma experiência super legal, pois vi como eles se divertem no inverno, e não envolve apenas bar ou jantas em casa ou restaurante. Na foto abaixo são alguns ramos de bétula pra banya e uma cervejinha.